terça-feira, 19 de junho de 2007

1 - Auto-Biografia de Ir. Clara Maria Schmitt

Por que a missão na África?

Senti o chamado de ser missionário desde o tempo de adolescência/juventude. Em 1980 após os votos perpétuos cheguei aqui no Brasil, no Nordeste. Sempre gostei de trabalhar nas comunidades, na periferia e no interior. De 1988 a 2002 passei 4 anos em Moçambique, na África na equipe do projeto missionário do NE IV e V e depois com outras irmãs, voltei para minha congregação, não podia enviar outras irmãs. Mas sempre sinto no meu coração esse chamado de ir a África, talvez por que o sofrimento do povo é muito grande. Me vem a imagem de tanta gente, jovens que precisam de educadores, professores, de mães, mulheres, que precisam de pessoas que trabalhem com elas na promoção humana, de tantas crianças, pessoas doentes, leprosos que morrem por causa de doenças que podem ser evitadas, de tantas pequenas comunidades cristãs que precisam de apoio para o seu crescimento em todas os níveis. Em todas as áreas da vida precisa-se de gente na reconstrução do país, no processo do seu desenvolvimento lento. Muitos países como Moçambique não tem importância nenhuma no nível mundial, ficam esquecidos pelo FMI etc. Para a vida do povo simples faltam muitas coisas básicas na área de saúde, educação, comunicação, estradas, energia para ter uma vida mais humana, mais alegre. Nisso sinto o chamado do Senhor fazer a nossa, a minha parte.


Sobre minha vocação missionária

- Ambiente familiar cristão pais engajados na comunidade, sempre houve o incentivo para a vida nas missões.
- Surgiu o desejo de ser missionária aos 12 anos, a vocação para a vida religiosa aos 16 anos, entrada na congregação com 21 anos, pedindo que fosse enviada para o Brasil.
- A formação inicial até os votos perpétuos reforçou a vocação missionária.
- 1980, chegada ao Brasil, inserção na igreja local, aprendendo com experiências de outros missionários (as), um trabalho em conjunto.
- Após a CF “Ouvi o clamor desse povo” senti o impulso de ir para a África, mas resisti a esse apelo durante vário meses, fiz um retiro de discernimento na semana santa em 1989, grande experiência da Santa Trindade tomando todo ser com o pedido: “Vai conosco para África.”
Cheguei conhecer o projeto missionário através de Pe. Primo, que ficou meu orientador até hoje, encaminhei o pedido para região, congregação nos capítulos, foi positivo, mas não tínhamos irmãs disponíveis a serem enviadas. Houve resistências, no meio de toda turbulência, em um retiro em maio de 1994 senti varias vezes uma alegria profunda com a palavra: “Alegra-se por que pode colaborar conosco”, mas eu não entendi o sentido.
- 24/02/1998 Viagem para Moçambique no dia do aniversário de nossa fundadora.
- Na experiência de uma forte malária: Deus tendo a minha vida em sua mão, me devolve para servir mis ao povo.
- Muitas vezes: comunhão profunda com irmãs, pessoas amigas, comunidade, uma força que vem através da oração de muitas pessoas nas viagens no interior, em comunidades distantes, tudo está interligado na igreja.
- Na volta da África em um retiro na semana em 2002 na contemplação da paixão do Senhor, foi como esse amor do Senhor para com os povos da África passasse por meu coração, me arrastando, minha resposta: entrega total por esses povos, essa consciência me deixou nunca mais, S. Comboni diz: Se eu tivesse mil vidas as daria toda para a missão.
- Em 2005 quatro meses “Experiências místicas franciscana” em Petrópolis, sendo uma experiência de comunhão profunda em torno dos mesmos valores de nosso carisma franciscano de várias congregações, ordens da família franciscana, sinto o impulso de ajudar em tudo o que favoreceu o crescimento, a comunhão dessa nossa família, especialmente numa missão alem fronteiras, num trabalho em conjunto com os Frades, irmãs de outras congregações franciscanas, sempre tento fazer minha pequena parte nesse sentido.

Resumo de dados de sua história pessoal

Sou irmã franciscana de Nossa Senhora dos Anjos
- Nasci em 1951 na Alemanha em Walleauden/ Saar
- Aos doze anos vocação missionária.
- Aos dezesseis vocação para vida religiosa.
- Curso de pedagogia em Saarbrucken.
- Aos vinte e um anos entrada na congregação.
- Formação inicial em Waldbreitbach.
- Trabalho com jovens em um internato, Colégio em Bad Neuenahr.
- Curso para agentes de pastoral em Colônia (4 anos).
07/09/1980 Votos perpétuos e envio para a missão.
30/10/1980 Chegada no Brasil
1980-1998: Trabalhos de pastoral nas paróquias, Bacabal: Porta Abeta, São Luis Gonzaga; Teresina: Socopo, Mocambinho, Barro Duro.
Trabalhei também no serviço de animação missionária vocacional, com aspirantes, postulantes, como secretária da região das irmãs, morando em Bacabal – Setúbal.
1998-202: Moçambique – Nipepe, como membro da 1° Equipe do projeto missionário.
2002 até hoje: Paróquia de Tamboril-Ce, acompanhamento de comunidades no semi-árido.
Depois Teresina: Planalto, Bela Vista, Angelim IV.
Ajudei nos últimos tempos, mais na formação para a vida religiosa, como secretaria e conselheira.
- Gosto dos trabalhos na animação, formação de comunidades no interior, ajudando nas pastorais, m Moçambique, trabalhei com jovens, lares, curso de promoção para mulheres, com doentes, leprosos, gestantes...

Meu sonho missionário:
( Nesta Foto temos a Ir. Zenaide Costa ,Superiora da Irmãs Anjas e D.Armando de Bacabal)

- Que a 4° equipe consiga realizar um bom trabalho em Cuamba-Nipepe, que haja sempre uma busca de comunhão, apoio mútuo...
- Que haja no futuro uma presença dos nossos frades da Vice-Província de Nossa Senhora da Assunção na diocese de Lichinga no Norte de Moçambique...
- Que haja congregações religiosas que vão para mesma região, permanecendo junto ao povo Makleawa no futuro...
- Que o CEFRAM organize experiências missionárias para leigos além-fronteiras, incluindo a África, quando encerrar o projeto do NE IV e V.

Bacabal, 11 de março de 2007-06-18 Ir. Clara Maria Schmitt

Sobre o Projeto Moçambique - Lichinga

O QUE É O PROJETO MOÇAMBIQUE?

É um Projeto Missionário Além-Franteiras celebrado entre as Igrejas do Maranhão e Piauí, com a Diocese de Lichinga em Moçambique, foi um gesto de fraterna solidariedade e disponibilidade de Dom Franco Masserdotti, bispo da Diocese de Balsas-MA
O Projeto foi sonhado em 1992 e gerado após as conclusões do COMLA 5 em Belo Horizonte no ano de 1995. A preparação dos missionários que formaram a 1ª equipe deu-se em 1997 e em 1998 foi enviado o 1° grupo composto de 5 religiosos inter-congregacionais, uma leiga e um sacerdote.
A 2ª equipe foi no ano de 2000, composta por 5 religiosas e um padre diocesano do Peru, ligado à Diocese de Balsas. Em 2003 foi enviada a 3ª equipe formada por 2 religiosas, um sacerdote e 4 leigas.

OBJETIVO DO PROJETO:

O objetivo do Projeto é abrir as nossas Igrejas à dimensão Universal, sendo fiéis ao mandato sempre atual de Jesus de levar o Evangelho a toda criatura. (Mt 28,19).
O Projeto é expressão da Igreja local nas suas diferentes dimensões e deseja ser instrumento de comunhão entre as Igrejas;
O Projeto é levado à frente com meios pobres, com poucos recursos, sem grandes obras (“dar da nossa pobreza, Puebla 368”);
A duração do Projeto é de 12 anos com a formação de 4 equipes

PASSOS DADOS:

· Para a formação da 4ª equipe já aconteceu 4 encontros de convivência e estudo, 1 encontro com os COMIRES-PI e MA, 1 encontro com Dom Augusto Bispo responsável pela dimensão missionária do Regional NE – V.
· Contato com Dom Hilário Bispo da Diocese de Lichinga –Moçambique.
· Motivados pelo saudoso Dom Franco, já se realizou a 1ª Feira Missionária no dia 19 de agosto-2006 em prol do Projeto Moçambique, articulada pelo CEFRAM e está marcada a 2ª para dia 28 de janeiro-2007 em Piripiri-PI, com apoio dos benfeitores, paróquia de Nossa Senhora dos Remédios Sagrado Coração de Jesus, COMIRE e CEFRAM. Estas feiras tem como objetivo arrecadar fundos para o Projeto e divulgação do mesmo.
· Envio de uma carta da equipe para os bispos dos dois Regionais NE IV e V (solicitando novo bispo para acompanhar o projeto e a equipe).
· Sede o Projeto: CEFRAM (como apoio aos missionários).

DESTINO DOS MISSIONÁRIOS

Moçambique
Superfície: 799.380 km²
População: 20 milhões de habitantes
Capital: Maputo.
População (origem): A maioria é de origem bantu. Prevalecem as religiões tradicionais com presença do catolicismo, do islamismo e de outras Igrejas Cristãs. A língua oficial é o português.
A sede do Projeto é em Nipepe distrito da província do Niassa com cerca de 3.300 km² e uma população de 25.000 habitantes. Tem 60 povoados, a cidade maior é Cuamba a 250 km. Está a 550 km de Lichinga.
É uma região de vida primitiva com muita floresta. A vida da população é simples e vive da agricultura. O transporte principal é bicicleta. Há um índice volumoso de soropositivos, Hanseníase, Malária...
Estrutura da missão: Casa dos padres, casa das irmãs, igreja, escola e moagem.

PREPARAÇÃO DOS MISSIONÁRIOS

Para a preparação está a disposição o CEFRAM para convivência, estudo e animação missionária. (fevereiro e março).
Previsão de envio: maio ou junho.

MANUTENÇÃO DO PROJETO
Preparação, viagens e manutenção dos missionários continua para os próximos 3 anos sob a responsabilidade dos Regionais NE IV e V e as parcerias que contribuem para com o projeto. (dinheiro envidado do Brasil).

Para o envio de doações , pedimos que deposite na Conta da CNBB-Projeto África :
Banco do Brasil : C/C: 61.455-6 Agência : 3219-0 Teresina-PI

Paz e Bem !!