sábado, 16 de junho de 2007

Um pouco da História do Projeto África Moçambique

O Projeto Missionário Além-Fronteiras celebrado entre as Igrejas do Maranhão e Piauí, com a Diocese de Lichinga em Moçambique, foi um gesto magnânimo de fraterna solidariedade e disponibilidade de Dom Franco Masserdotti, Bispo da Diocese de Balsas. O projeto foi sonhado em 1992 e gerado após as conclusões do COMLA 5 em Belo Horizonte no ano de 1995. A preparação dos missionários da 1ª equipe deu-se em 1997.

A primeira equipe missionária enviada em 1998 era constituída pelo

1.Padre Gildo Gomes, de Volta Redonda – RJ;
2.Irmã Maria lourenço (SP), posteliana,
3.Irmã Maria Risélia (BA), mercedária missionária do Brasil;
4.Irmã Maria Clara Schmitt (Alemanha), franciscana de N. S. dos Anjos;
5.Irmã Teresinha Teixeira (PA), missionária do Coração Eucarístico;
6.Irmã Waldilene Pinto (PE) filha do C. I. de Maria;
7.Inês Berus (SC), leiga.

A segunda equipe foi formada por:

1.Padre Luís Enrique (Peru), sacerdote diocesano ligado à diocese de Balsas
2. Ir. Edna Zangale, natural de Leopoldina (MG), das Filhas de Jesus, trabalho em Picos – PI;
3. Irmã Tânia Jordão, natural de Engenheiro Caldas (MG) das Filha de Jesus;
4.Ir. Assunção Rebouças,de Jaguaruana -CE mensageira de N. S., trabalhou em Valença do Pi
5. Ir. Ana Mª Conceição,de Campo Maior-PI, filha de S. Teresa, trabalhou em Teresina – PI;
6. Ir. Jane Farias, Abaetetuba (PA), filha de C. I. de Maria, trabalhou em Teresina – PI.

A terceira equipe foi constituída no ano de 2003

1.Padre José Eugênio da diocese de Amparo – SP;
2.Irmã Verônica I.M.C. de Maria;
3.Ir. Celina da diocese de Campinas – SP;
4.Lourdes Vieira e Guilhermina – Leigas missionárias combonianas;
5.Rosilene Coelho e
6.Roberta.

Por dificuldades retornaram Roberta e Padre José Eugênio. A equipe concluirá seu período até dezembro de 2006, sendo que somente Irmã Celina ficará em Cuamba para acolher a quarta equipe até julho de 2007.
O objetivo do Projeto é abrir as nossas Igrejas à dimensão Universal, “dando da nossa pobreza”, sendo fiéis ao mandato sempre atual de Jesus ao levar o Evangelho a toda criatura, com a característica da provisoriedade: é ponte – não é casa. É destinado a oferecer experiências para projetos mais prolongados, abertura de comunidades religiosas, projetos específicos de leigos missionários, compromissos de animação missionária no Brasil.
A duração é de 12 anos com a formação de 4 equipes.
Os Bispos Dom Franco e Dom Candido do Brasil com Dom Luis Gonzaga de Lichinga firmaram o acordo. Ao longo desse período está Dom Augusto e Dom Franco com Dom Hilário em Lichinga.
No decorrer destes 9 anos o projeto enfrentou desafios, rompeu estruturas, superou dificuldades, fez mediações, animou nas Dioceses, realizou encontros de missiologia: 13 em Teresina, 2 em Bacabal no CEFRAM que assumiu-se como Centro Missionário. O divulgador, incentivador e mantenedor espiritual do Projeto foi Dom Franco, que neste período fez 3 visitas à África, manteve relações pacíficas com as congregações que enviaram missionários. Dom Franco foi incansável, sempre com o discurso sedutor conseguia articulações para continuidade do projeto.
A última reunião a favor do Projeto foi em 24 e 25/07/2006 no CEFRAM, Bacabal, onde foi feita avaliação da caminhada do Projeto, que gerou a seguinte conclusão em anexo, que foi enviada aos Regionais do Nordeste IV e V, aos Bispos do Maranhão e Piauí, às províncias e provincial dos candidatos à formação da 4ª equipe que está prevista ida de maio a julho de 2007.
Nos dias 24 e 25 de julho reunimos-nos no Centro de Formação Missionária de Bacabal – CEFRAM para avaliarmos a caminhada do projeto de fraternidade eclesial entre a Diocese de Lichinga e os regionais Nordeste IV e V e encaminhar nossa proposta.
RECORDAMOS:
· O início do projeto sonhado desde o ano de 1992 e criado em outubro de 1995 a partir das conclusões do Quinto Congresso Missionário Latino Americano (Comla V - Belo Horizonte);
· O envio das equipes em 1998, em 2001, em 2003 para Nipepe e Cuamba após um período de formação;
· O trabalho intenso, as alegrias e as dificuldades, as tristezas com o momento mais significativo: a pascoa da irmã Verônica!
DESTACAMOS AS CARACTERÍSTICAS DO PROJETO:
· O projeto é expressão da Igreja local nas suas diferentes dimensões e deseja ser instrumento de comunhão entre as igrejas;
· O projeto é levado à frente com meios pobres, com poucos recursos, sem grandes obras (“Dar de nossa pobreza, Puebla 368”);
· O projeto é provisório, é ponte, não é casa - sua duração é de 12 anos.
RECONHECEMOS NOSSAS LIMITAÇÕES:
· A fragilidade pelo pouco tempo de presença na missão por parte dos missionários: isso impede um melhor conhecimento da cultura e da língua e a inculturação;
· A dificuldade de um trabalho em equipe e da vida em comunidade;
· A falta de animação missionária nas dioceses que enviam e sustemtam os missionários/as;
RECONHECEMOS TAMBÉM nos missionários/as
· O grande amor ao povo que se expressa na solidariedade, no espírito de serviço, na capacidade de adaptação;
· A competência no metodologia e conteúdos do trabalho.
Os missionários/as são para o povo um testemunho de abertura e de gratuidade num ambiente marcado pelo tribalismo e fechamento.
Um aspecto positivo é o fato de que, após uma presença no projeto, congregações decidiram abrir comunidades religiosas em Moçambique, e leigas missionárias abrem-se a outros projetos no país.

NOSSA PROPOSTA

A partir da avaliação feita apresentamos a proposta para o futuro próximo:
1. A próxima equipe partirá entre maio e julho de 2007. Sendo que o nosso convênio com a Diocese de Lichinga termina no fim de 2009, consideramos este tempo uma ocasião de avaliação, de busca e transição para um eventual novo projeto ou para o fechamento definitivo. Essencial para isso é o diálogo das nossas Igrejas do Nordeste IV e V com a Diocese de Lichinga e com seu bispo.
2. Renovamos o pedido já apresentado pelo senhor para que a Congregação das Irmãs Missionárias de Imaculada Conceição - SMIC abra uma comunidade em Nipepe que possa também acolher outras religiosas para uma experiência inter-congregacional. Possíveis candidatas: Irmã Clara (Congregação das Franciscanas Nossa Senhora dos Anjos). Irmã Altair (Irmãs Paroquiais de São Francisco), Irmã Nádia Moriel (Franciscana do Coração de Maria), Irmã Claudia, Irmã Suzana.
3. Em Nipepe, pensamos que possa atuar, se os superiores aprovarem, uma comunidade de Franciscanos menores que poderia acolher um sacerdote diocesano brasileiro para uma experiência de três anos. Possíveis candidatos: Frei Gilberto, Frei Evandro, Frei Claudio, Pe. Paulo Sergio da Arquidiocese de São Luis.
4. Para Cuamba propomos uma comunidade de leigas missionárias que cuidariam da casa de apoio e poderiam assumir compromissos pastorais de acordo com a paroquia e a Diocese. Possíveis Candidatas: Raimundinha do Conselho Indigenista Missionário – CIMI, Leni, Marina. Obs.: Poderia-se pensar, no caso que só a Raimundinha possa partir, e de propor a Irmã Suzana também do CIMI, de ficar com ela em Cuamba.
5. Para a preparação está à disposição o CEFRAM de Bacabal –MA nos meses de fevereiro a maio para convivência, estudo e animação missionária. Se não é possível que todos permaneçam todo o período, que haja semanas marcadas com antecedência nas quais seja garantida a presença de todos. No fim de maio de 2007 haverá o discernimento definitivo a respeito da saída para Moçambique. Mesmo que cada missionário/a seja expressão duma diocese ou duma congregação ou dum grupo missionário e se disponha a sair com a aprovação e apoio destas instituições eclesiais pode sempre haver situações, não previstas que desconhece a saída de alguém. Sugerimos uma visita de Pe. Paulo Suess para encaminhar o estudo (junto com o lançamento do curso de missiologia a distância).
6. A respeito da preparação, viagens e manutenção dos missionários, o nosso projeto, continua para os próximos 3 anos, continua responsabilizando-se em enviar o dinheiro daqui, do Brasil, ficando com a Diocese de Lichinga a estrutura pela casa de morada e a responsabilidade pelos trabalhos pastorais.
7. Achamos importante estudar a possibilidade da Igreja do Brasil oferecer acolhida e bolsa de estudo para sacerdotes de Lichinga fazerem curso de especialização aqui no Brasil. Um lugar oportuno pode ser Belo Horizonte. Podemos começar com Pe. Simão, se o desejar e o Bispo dele aprovar a partir de 2008.

Caríssimo dom Hilário, esta é a proposta que apresentamos ao senhor e aos Bispos das nossas Regionais do Maranhão e Piauí. Creio que nossa missionária Lourdes já lhe tenha falado do conteúdo desta proposta.
Aguardamos uma sua resposta para podermos proceder.
Enviamos saudações cordiais e votos de bem no Senhor.

_____________________________________
Dom Franco Masserdotti
Bispo Responsável pela Dimensão
Missionária CNBB NE V


Dom Franco, missionário comboniano, viveu o bom combate, um pastor que preparou pastos verdejantes para suas ovelhas. Bebeu na fonte comboniana e o lema de Comboni: “Morro mas, minha obra não morrerá”, continuará como legado da sua experiência de 65 anos de vida e 40 dedicados à missão.
Após seu sepultamento em Balsas, a equipe do projeto reuniu-se para incentivar a continuidade do mesmo.

REUNIÃO 19 DE SETEMBRO EM BALSAS

No dia 19 de setembro de 2006, após sepultamento de Dom Franco Masserdotti, Bispo da Diocese de Balsas, reuniram-se na residência da Sra, Marlene Costa Garces em Balsas., parte do grupo que faz parte da coordenação do Curso de Formação Missionária e também do Projeto Além Fronteiras- NE IV e V com Diocese de Lichinga em Moçambique – Africa..

Os seguintes participantes

Marlene Garcez – Diocese de Balsas
Vera Cristina C.de Carvalho – CEFRAM - Bacabal
Ir. Marília – Comire – Maranhão
Pe.. André –COMIRE de Teresina
Marina Cardoso – Teresina - COMIRE
Avani Alves – Teresina- COMIRE e projeto Além-Fronteiras
A reunião teve início com a oração do Pai e Nosso, seguido da leitura do relatório do encontro realizado nos dias 24 e 25 de julho no CEFRAM, enviando aos integrantes da Coordenação , superiores dos Regionais 4 e 5, Bispos do NE IV e V, provinciais das congregações que se manifestaram na adesão ao projeto supra citado.

ALGUNS PONTOS ABORDADOS E ALGUMAS DECISÕES
PROJETO ÁFRICA
1.A Marina irá integrar o projeto na África na categoria leiga de acordo com a Arquidiocese de Teresina que se responsabilizou em pagar os salários na mesma enquanto estiver ausente.
2.A equipe de reflexão missionária encontrar-se-á em outubro no CEFRAM na data previamente programada de 23 a 25/10.
3.De fevereiro a maio conforme sugestão do relatório anterior será a convivência no CEFRAM dos missionário da equipe que irá à África em 2007.

2. CURSO DE JANEIRO
1. Chegada da comissão organizadora do curso – 10 de janeiro para as providencias de organização, acolhida dos participantes e outras providências.
2. Na grade da programação nos dias 26 e 27/01 – de responsabilidade de Dom. Franco ficou assim decidido.
- as práticas missionárias - serão assumidas pelos COMIRES dos regionais 4 e 5 . .
-Reflexão e apresentação dum projeto missionário do nordeste 4 e 5 para a Amazônia a ser apresentado aos Bispos. – O Pe. André responsabilizou – se em falar com o Pe. Daniel Lagni das POM e depois confirmará ao CEFRAM.



Moçambique
Superfície: 799.380 km2
População: 20 milhões de habitantes
Capital: Maputo
População (origem): A maioria é de origem bantu. Prevalecem as religiões tradicionais com presença do catolicismo, do islamismo e de outras Igrejas Cristãs. A língua oficial é o português.
A sede do Projeto é em Nipepe distrito da província do Niassa com cerca de 3.300 km2 e uma população de 25.000 habitantes. Tem 60 povoados, a cidade maior é Cuamba a 250 km. Está a 550 km de Lichinga.
É uma região de vida primitiva com muita floresta. A vida da população é simples e vive da agricultura. O transporte principal é bicicleta. Há um índice volumoso de Sida (Aids), Hanseníase, malária.
No início do Projeto foi acertado que cada integrante receberia U$ 100,00 (cem dólares) do projeto e U$ 20,00 (vinte dólares) da diocese de Lichinga. Atualmente é o projeto que envia U$ 120,00 (cento e vinte dólares) para cada integrante com as despesas de passagens de ida e vinda.

Frei Bernardo,
É importante que haja no momento uma referência para o Projeto, pois Dom Franco o fazia. Acredito que o Espírito Santo iluminará uma forma de darmos continuidade.
Um abraço. Estarei ausente de Balsas até 10/10/2006.



Balsas (MA), 29 de setembro de 2006.


________________________________
Marlene Costa Garcez
Secretária do Projeto Além-Fronteiras

Nenhum comentário: